'X-Tudo': o que é o termo usado para definir combo de plásticas que levou à condenação de médico em SC

  • 30/10/2025
(Foto: Reprodução)
'X-Tudo': Médico acusado de causar lesões a paciente em Florianópolis é condenado; VÍDEO O termo 'X-Tudo' foi usado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para descrever a realização de múltiplos procedimentos estéticos em uma única cirurgia. Essa prática teria sido feita pelo médico Marcelo Evandro dos Santos, condenado a cinco anos em regime semiaberto por lesão corporal contra uma paciente de Florianópolis. A sentença foi divulgada na quarta-feira (29) pela vítima Letícia Melo, que em fevereiro de 2024 realizou uma série de procedimentos estéticos em sequência. Conforme o relato da vítima, a cirurgia durou cerca de 12 horas. A defesa do médico se manifestou nesta quinta-feira (30) e disse que vai recorrer da decisão. Os advogados César Luiz da Silva e Giovani Gian da Silva questionam a falta de ampla defesa e reforçam que a condenação foi baseada em apenas um laudo. Apresentaram ainda informações sobre uma investigação independente que apontou que a paciente tinha um fator genético pré-existente que evoluiu para doença sintomática (confira a íntegra da nota no fim da reportagem). ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Na época em que o caso veio à tona, em outubro do ano passado, o MPSC emitiu uma nota afirmando acompanhar as investigações para saber se "esse tipo de procedimento, conhecido como "X-Tudo" (feito em várias partes do corpo ao mesmo tempo)" era permitido. Em outro trecho, o órgão disse: "O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou uma investigação para verificar a legalidade de cirurgias plásticas conhecidas como "X-Tudo", feitas em várias partes do corpo ao mesmo tempo", disse o órgão na época. 'X-Tudo': Médico é condenado por causas lesões em combo de plásticas Quem é o médico condenado por lesões a paciente em Florianópolis Letícia mostra como ficou após procedimento Reprodução/NSC TV Santos foi condenado por lesão corporal de natureza grave, com deformidade permanente. Em setembro deste ano, o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) renovou, por mais seis meses, a interdição cautelar que impede o médico a exercer a medicina. Além disso, há um processo em andamento na Corregedoria. Entenda o caso Conforme a ação penal, o médico fez uma série de procedimentos estéticos em sequência e a cirurgia na vítima durou cerca de 12 horas. Letícia apresentou diversas lesões corporais, que evoluíram para necroses em diferentes partes do corpo. A denúncia contra o médico foi feita após o inquérito que o indiciou por lesão corporal gravíssima contra Letícia, que é neuropsicopedagoga. Imagens mostraram que a mulher sofreu queimaduras, bolhas, necroses e perda de tecido. A vítima passou 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ficou mais de dois meses internada. “Meu corpo começou a criar bolhas, começaram a aparecer umas secreções. Eu comecei a ficar totalmente queimada na barriga, nas pernas, nos braços, foi subindo para os seios e eu fiquei 20 dias ali, praticamente necrosando”, contou a vítima em reportagem à NSC TV. ENTENDA: como profissionais podem ser responsabilizados Novas pacientes relatam deformações no corpo após cirurgias Médico Marcelo Evandro Redes sociais/ Reprodução O que disse a defesa do médico? A defesa do médico MARCELO EVANDRO DOS SANTOS recebeu com serenidade a recente decisão proferida pela justiça de primeiro grau, ainda que não concorde com os fundamentos adotados. Indubitavelmente, o caso será levado ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde serão devidamente rebatidos todos os pontos da condenação. Desde o início, a defesa tem sustentado que não foi assegurado ao médico o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, pois não lhe foi permitida a realização de perícia médica com especialistas da área específica de atuação. A condenação baseia-se em laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), órgão que, embora relevante, não detém a expertise técnica necessária para avaliar uma situação clínica tão complexa. Por essa razão, foi produzido um contra laudo independente, elaborado por um dos mais renomados peritos de Santa Catarina, o qual identificou falhas técnicas e inconsistências no laudo oficial, demonstrando que a paciente apresentava um fator genético pré-existente, que durante o ato cirúrgico, evoluiu para doença sintomática, responsável pelas complicações equivocadamente atribuídas à conduta do médico. Vale destacar, que, após os fatos em questão, diversos órgãos revisaram protocolos e diretrizes médicas, justamente para incluir a devida consideração desse fator genético, em situações semelhantes, reconhecendo a importância desse fator na avaliação médica e pericial. Importante ressaltar que o médico não apresenta qualquer condenação anterior, e possui registro de especialista em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma das instituições médicas mais respeitadas do país. O procedimento foi realizado em ambiente hospitalar certificado, seguindo as normas técnicas e sanitárias. Cumpre à defesa destacar que o processo tramita sob segredo de justiça, e que a divulgação indevida de informações processuais já foi levada ao conhecimento das autoridades competentes, para que sejam adotadas as medidas cabíveis de responsabilização e reparação. A exposição pública de fatos protegidos por sigilo judicial viola direitos fundamentais e compromete a integridade do devido processo legal. O Dr. Marcelo lamenta profundamente o ocorrido com a paciente, solidarizando-se com a mesma e seus familiares, sem deixar de reafirmar que agiu dentro dos parâmetros técnicos e científicos reconhecidos pela medicina. A defesa reitera sua confiança na Justiça e na absolvição do Dr. Marcelo, certa de que a análise técnica e jurídica adequada demonstrará sua total inocência. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/10/30/x-tudo-o-que-e-o-termo-usado-combo-de-plasticas-condenacao-medico-em-sc.ghtml


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