Preso por matar Catarina Kasten em trilha de Florianópolis é denunciado por feminicídio, estupro e ocultação de cadáver
01/12/2025
(Foto: Reprodução) Mulher assassinada em trilha de Florianópolis: o que se sabe
Giovane Correa Mayer, de 21 anos, preso pelo assassinato da professora Catarina Kasten, de 31 anos, em uma trilha de Florianópolis foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) nesta segunda-feira (1º). Ele vai responder por feminicídio qualificado, estupro e ocultação de cadáver.
Catarina foi estuprada e assassinada na manhã de 21 de novembro, uma sexta-feira, após sair de casa para ir a uma aula de natação. Os crimes aconteceram na trilha da praia do Matadeiro, local frequentado pelos moradores da região.
O suspeito confessou os crimes e está preso preventivamente.
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As qualificadoras do feminicídio são asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima. A denúncia do MPSC relata que o denunciado agiu com intenção de matar a vítima, de forma consciente e voluntariamente e por razões da condição do sexo feminino. A denúncia tramita em sigilo.
A defesa do investigado é feita por um defensor público. Em nota, o órgão disse que, durante as audiências, toda pessoa conduzida ao cárcere e que não tenha advogado constituído recebe atendimento da Defensoria Pública.
O investigado é natural de Viamão, no Rio Grande do Sul, e morava na região desde 2019 com familiares. Segundo a Polícia Militar, ele costumava passar pela trilha. No dia dos crimes, ele afirmou ter voltado de uma festa onde havia ingerido bebida alcoólica.
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Catarina Kasten, aos 31 anos, era estudante de pós-graduação na UFSC
UFSC/Divulgação
Quem era Catarina?
Catarina era estudante de pós-graduação em estudos linguísticos e literários na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Formada em letras inglês em 2022, ela era professora e já fazia planos para entrar no doutorado, segundo o marido.
Antes de estudar letras na UFSC, Catarina foi aluna da engenharia de produção, onde integrou o Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção (Calipro).
Crime e prisão
O corpo de Catarina foi encontrado em uma área de mata às margens da trilha por dois homens, que avisaram os policiais militares que faziam buscas por ela. A PM chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e as polícias Civil e Científica.
Para chegar ao suspeito, os policiais tiveram acesso a imagens de câmeras de monitoramento (veja no vídeo abaixo), com o apoio de moradores da região. Nas gravações, aparecia o suspeito.
Além disso, duas turistas que acharam a atitude dele suspeita tiraram fotos do homem. As imagens ajudaram na identificação dele.
Com a identidade confirmada, os policiais foram até a casa dele. No local, o homem confessou os crimes. Na casa, a PM encontrou as roupas que apareciam nas gravações.
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Trilha frequentada por moradores
A trilha da praia do Matadeiro é bastante movimentada e funciona como passagem diária para turistas e moradores da região. O caminho é localizado no Sul da Ilha de Santa Catarina e liga a região da Armação até a praia do Matadeiro, que não tem acesso por ruas ou avenidas.
A conselheira da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Matadeiro (Amapram), Beatriz Artero, explica que a trilha começa a ser utilizada bem cedo todos os dias. O caminho é o principal acesso para a praia, uma das mais movimentadas da região, e de deslocamento.
"É a nossa calçada para vir para casa, sair de casa. As crianças passam para ir para a escola, passam para voltar da escola", diz.
Ela também comenta sobre a estrutura do local. "É uma trilha iluminada, calçada. Não é uma trilha remota". Além dos surfistas e moradores, o caminho também é utilizado por pessoas que querem fazer a trilha até outra praia isolada: a Lagoinha do Leste.
INFOGRÁFICO: mulher é assassinada em trilha de Florianópolis
Arte g1
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