PF prende influencer Buzeira em operação contra lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas em quatro estados
14/10/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Fedeal faz operação contra o narcotráfico
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (14) o influencer Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, em uma operação para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas.
No total, são cumpridas 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em quatro estados brasileiros: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Carros de luxo importados, joias e dinheiro em espécie estão entre os itens apreendidos.
A investigação aponta que o dinheiro do esquema pode ter sido direcionado para o setor de apostas eletrônicas, as chamadas bets. As medidas judiciais incluem ainda o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões.
Com mais de 15 milhões de seguidores, Buzeira ganhou notoriedade nas redes sociais promovendo rifas e sorteios de carros, artigos de luxo e ações promocionais. (Leia perfil dele aqui.) A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
O influencer Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, foi preso pela PF
Divulgação/Redes Sociais
PEÇA-CHAVE: Contador Rodrigo Morgado é apontado como operador de esquema que lavava dinheiro do tráfico em apostas; entenda como funcionava
PERFIL: Quem é Buzeira, influencer com 15 milhões de seguidores preso pela PF
Carros de luxo, joias e dólares: o que foi apreendido em operação que prendeu Buzeira
Quem é o empresário preso pela PF que sorteou carro e tirou prêmio de funcionária
O empresário Rodrigo Morgado, que ficou conhecido após sortear um carro em uma festa da empresa e tomar o veículo da funcionária sorteada, também foi preso.
O advogado Felipe Pires de Campos, que faz a defesa de Rodrigo Morgado, informa que "ainda não teve acesso à íntegra do processo ou aos elementos que embasam a medida, mas ressalta, desde já, que Rodrigo Morgado é inocente".
A defesa acrescentou ainda que ele "sempre atuou exclusivamente como contador, prestando serviços de natureza técnica e regular a diferentes clientes, dentro dos limites legais da profissão". Afirmou que "confia que, com o avanço das investigações e a completa análise dos autos, a verdade será restabelecida e a inocência de Rodrigo Morgado plenamente reconhecida".
O delegado Marcelo Maceiras, da PF, explica que era um "sistema de remessa e lavagem de dinheiro para o exterior, num montante considerável, envolvendo corretoras de criptomoedas e algumas empresas de aposta online, conhecidas como bets".
"O foco da operação foi a descapitalização da organização criminosa. Nós pedimos o bloqueio de mais de R$ 630 milhões que foi deferido pela Polícia federal, além da apreensão de carros, aeronaves, jet-skis e imóveis em poder da organização criminosa”, completou.
O delegado disse, ainda, que algumas empresas de apostas online eram legalizadas pelo governo e outras apenas fachada para encobrir a origem ilícita dos recursos.
“Algumas bets eram, sim, regularizadas. Nós temos informação que parte do valor necessário para conseguir a licença dessas bets tem origem ilícita. Outras bets tem sede no exterior e precisamos aprofundar as investigações para ter mais informações sobre essas empresas”, afirmou Maceiras.
Polícai Federal apreende carros importados durante a 'Operação Narco Bet', na manhã desta terça-feira (14).
Divulgação/PF
Operação
A Operação Narco Bet conta com apoio e cooperação da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), responsável pela execução de medida cautelar de prisão contra um dos investigados atualmente localizado em território alemão.
A ação é um desdobramento da Operação Narco Vela, que em abril mirou a repressão ao tráfico de drogas por via marítima, a partir do litoral brasileiro.
As investigações indicam que o grupo criminoso usava criptomoedas e enviava recursos para contas no exterior para tentar esconder a origem do dinheiro ilícito.
Os alvos da operação poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional, segundo os investigadores federais.
Viatura da Polícia Federal
Polícia Federal