Mais de 130 pinguins são encontrados mortos em areia de praia badalada de Florianópolis
20/08/2025
(Foto: Reprodução) Pinguins mortos em Jurerê, em Florianópolis
Associação R3 Animal/Divulgação
Em Florianópolis, 136 pinguins-de-magalhães foram encontrados mortos em Jurerê, uma das praias mais badaladas da Ilha de Santa Catarina. Os animais foram achados na manhã desta quarta-feira (20).
Na segunda (18), mais de 80 aves da mesma espécie já haviam sido encontradas mortas na Praia do Ervino, em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina. Ao todo, já são mais de 210 animais encontrados mortos em menos de uma semana.
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Em Jurerê, as aves foram recolhidas pelas equipes da R3 Animal, responsável pela execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na Ilha de Santa Catarina. O objetivo foi evitar riscos de contaminação a pessoas e animais domésticos.
“Todos os animais já estavam sem vida no momento do registro e em avançado estágio de decomposição, o que impossibilita investigar a causa exata da morte”, declarou Tiago Lisboa, técnico de Monitoramento da R3 Animal, responsável pelo recolhimento dos animais.
Pinguim morto em Jurerê, em Florianópolis
Alan Pedro/NSC
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Por que tantos pinguins mortos nas praias?
Desde o início da temporada, 1132 pinguins já foram registrados em praias de Florianópolis, até esta quarta, mas somente 79 estavam vivos no momento do resgate, e foram encaminhados ao Centro de Reabilitação da R3 Animal. A previsão é que os encalhes continuem até outubro.
Nesta época do ano, não é incomum encontrar pinguins-de-magalhães mortos nas praias, conforme a R3 Animal e o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) da Universidade da Região de Joinville (Univille), responsável pelo trecho onde fica São Francisco do Sul.
“As mortalidades costumam atingir os indivíduos mais juvenis, que se perdem do bando devido à inexperiência, não conseguem encontrar alimento e acabam encalhando debilitados nas praias, apresentando sinais de afogamento e hipotermia", disse o técnico.
A ação humana também pode contribuir para a morte desses animais. "É comum também encontrar indivíduos com interações antrópicas não intencionais como redes de pesca”, disse Lisboa.
Os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) são animais migratórios. Por volta de março, eles deixam suas colônias na Patagônia argentina e nadam rumo ao Norte, passando pelo Uruguai e chegando ao Sul e Sudeste do Brasil. Essa migração acontece em busca de alimento e temperaturas mais amenas.
Diariamente, a equipe da R3 Animal monitora praias da Ilha de Santa Catarina em busca de pinguins e demais animais marinhos debilitados ou mortos.
A depender do estado da carcaça, os animais sem vida são encaminhados para a necropsia para investigar as possíveis causas da morte, enquanto os vivos recebem tratamento veterinário, com o objetivo de serem reintroduzidos na natureza.
A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
Mais de mil aves já foram encontradas sem vida desde o início do ano
O que fazer ao ver um pinguim vivo na praia?
Veja abaixo as orientações da R3 Animal:
Se o animal estiver no mar, não interfira; ele pode estar de passagem e o resgate ainda não é autorizado;
Se o animal encalhar na areia, não tente devolvê-lo ao mar;
Jamais coloque o pinguim em contato com o gelo;
Evite se aproximar do animal: ele pode se assustar e tentar voltar para o mar;
Afaste crianças, animais domésticos e curiosos;
Acione o resgate do PMP-BS: 0800 642 3341 ou (48) 3018 2316 (diariamente das 7h às 17h).
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