Esposa de fisiculturista morto enviou ameaças com emojis de faca a ele e o vigiava enquanto dormia em SC
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Caso Valter Aita: crime teria sido motivado por ciúmes, segundo Polícia Civil
A esposa do fisiculturista Valter Aita, de 41 anos, morto em Chapecó (SC), enviou mensagens de texto com ameaças à vítima nas semanas que antecederam o crime. Algumas dessas mensagens continham emojis de facas. A informação foi divulgada pela Polícia Civil em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (1º).
O assassinato ocorreu em 7 de setembro e Valter foi esfaqueado de surpresa na jugular pela própria esposa enquanto acordava, segundo as investigações. A mulher, identificada como Andréia Carvalho Aita, foi presa no dia do crime e responde por homicídio doloso com duas qualificadoras: motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.
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Mulher era considerada foragida por outro crime em RS
O g1 tenta contato com a defesa de Andrea Aita.
A investigação, que está na fase final, aponta que o crime foi motivado por ciúmes. A mulher teria monitorado o companheiro por buracos feitos na parede do apartamento e enviado mensagens ameaçadoras com emojis de faca.
"Em diversas mensagens de texto encaminhadas para a vítima nas semanas que antecederam o delito ficam evidentes ameaças, inclusive algumas finalizadas com emojis de facas", informou a polícia.
Monitoramento obsessivo
Durante as investigações, a polícia encontrou fotos de Valter dormindo, feitas pela esposa. Segundo a polícia, as imagens reforçam o comportamento de “vigilância constante” por parte de Andréia.
Gravações feitas pela própria autora e áudios trocados entre o casal também revelam ameaças anteriores. Em uma das mensagens, ela afirma: “ele vai pagar pelo que estava fazendo comigo”. Já Valter teria dito que não se submeteria à ameaça de “levar facadas”.
A polícia também descobriu um vídeo gravado por Andréia durante uma tentativa de flagrar o companheiro. Ela passou a observá-lo enquanto ele mexia no celular.
A investigação concluiu que Andréia acreditava que Valter mantinha relações sexuais com outras pessoas há meses e, em mais de uma ocasião, expressou o desejo de matá-lo por isso.
Além disso, a perícia identificou mensagens trocadas com uma inteligência artificial que indicam um "estado emocional alterado, com sinais de descontrole e frustração diante da suposta infidelidade".
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O que aconteceu no dia do crime
Conforme laudos e perícias, Aita foi morto com múltiplos golpes de faca de cozinha. O delegado Rodrigo Moura detalhou é possível que ele estivesse na cama, e que a faca tenha sido removida quando o homem levantou, já que as marcas de sangue apareceram apenas perto da porta.
O fisiculturista foi atingido na cabeça, nuca rosto, braços, pernas e tórax. O inquérito apontou que a vítima tentou fugir do apartamento e deixou rastros de sangue até a escada, onde desmaiou.
Uma testemunha vizinha disse à polícia que nunca ouviu brigas entre o casal e que, no dia do crime, não houve discussão, somente pedidos de socorro, com a frase: "Meu Deus, por que você está fazendo isso".
Em depoimento, Andréia afirmou ter desferido três golpes de faca contra o fisiculturista e alegou que a arma estava na mão dele. Ela também relatou conflitos com o companheiro relacionados à sua prática religiosa, dizendo que ele não aceitava sua participação em despachos. As suspeitas de traição teriam começado em março deste ano.
Casal mantinha vida discreta
O fisiculturista e a suspeita se casaram em 2021 e viviam uma vida discreta. Eles mantinham o relacionamento desta forma possivelmente porque a mulher era considerada foragida por outro crime no Rio Grande do Sul, onde foi condenada a 15 anos de prisão por tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte).
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