Ato contra fim das cotas em universidades de SC tem confusão entre deputada e ativista

  • 19/12/2025
(Foto: Reprodução)
Mulher é acusada de 'denunciação caluniosa' durante panfletagem no Centro de Florianópolis Uma confusão durante um ato em Florianópolis contra a lei que determinou o fim das cotas raciais em universidades de Santa Catarina terminou com a prisão de uma mulher que distribuía panfletos na Praça XV, no Centro. Vanessa Brasil de Souza foi detida após a Polícia Militar (PM) ser acionada pela deputada estadual Ana Campagnolo (PL). A PM detalhou que o nome da deputada estava sendo citada no panfleto que dizia que um grupo de pessoas "financia o racismo no sul do Brasil". No papel, entregue na praça à própria Ana Campagnolo, constavam os nomes dos deputados que votaram a favor do projeto de lei, incluindo o da parlamentar. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp A vice-prefeita e secretária de Segurança Pública, Maryanne Mattos (PL), também estava na Praça XV, acompanhando o recital de Natal, quando ocorreu o fato. A política acompanhou a deputada à delegacia e foi testemunha do caso. Ativista é presa em ato contra fim das cotas raciais em universidades Reprodução Por que a ativista foi presa? Conforme o advogado da ativista, ela foi presa em flagrante pelo crime de “denunciação caluniosa” e encaminhada para a 5ª Delegacia de Polícia Civil da Capital. No local, assinou um termo circunstanciado, sendo liberada. A defesa de Vanessa disse ainda que foi “totalmente arbitrária porque a conduta não se enquadra como crime de denunciação caluniosa”. A assessoria de Ana Campagnolo afirmou que foi chamada de racista e que “não admite falsa imputação de crime” (leia mais abaixo a íntegra das notas). O que dizem os envolvidos? Deputada estadual Ana Campagonolo (PL) “A deputada foi chamada de racista e não admite falsa imputação de crime. Toda vez que a deputada for vítima de difamação, injúria ou calúnia, irá buscar a reparação da Justiça assim como qualquer cidadão deveria fazer”. Defesa da ativista Vanessa Brasil de Souza A ativista Vanessa Brasil de Souza foi presa por policiais militares, a pedido da deputada Ana Campagnolo, nas imediações da Praça XV, sob acusação do crime de denunciação caluniosa, em razão de um panfleto no qual constavam críticas à referida parlamentar por seu voto a favor da lei que proíbe cotas raciais em SC. A prisão em flagrante foi totalmente arbitrária porque a conduta não se enquadra como crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do Código Penal, independentemente do teor das críticas do impresso. Mesmo assim, a ativista Vanessa foi encaminhada à 5ª Delegacia de Polícia da Capital. O Delegado de plantão, após conversar com a defesa, logo descartou a possibilidade do crime de denunciação caluniosa e, por isso, lavrou um termo circunstanciado e não homologou a prisão em flagrante, liberando a ativista. Todo o procedimento na 5ª DP foi acompanhado pela deputada Ana Campagnolo e ela vice-prefeita de Florianópolis, Mariane Matos, que registram ocorrência. Essa prisão ilegal configura possível abuso de autoridade por parte dos policiais militares e da deputada. Além disso, é um ataque violento às liberdades constitucionais de expressão e manifestação, um ato de censura indevida. A defesa da ativista está estudando todas as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos e garantir o direito de livre manifestação contra a lei anti-cotas raciais aprovada em SC. Rodrigo Sartoti – advogado e doutor em direito. Vice-prefeita Maryanne Mattos (PL) A vice-prefeita e secretária de Segurança Pública, Maryanne Mattos, estava na Praça XV, acompanhando o recital de Natal quando ocorreu o fato. Foi realizado procedimento padrão com registro de Boletim de Ocorrência pelos policiais militares. Como testemunha, a vice-prefeita acompanhou a deputada Ana Campagnolo à 5ªDP. Após serem ouvidas, as partes foram liberadas, sem prisão. Polícia Militar No dia 18 de dezembro do corrente, nesta Capital, nas imediações da Catedral Metropolitana, a PMSC foi acionada para averiguação de fato ocorrido durante evento público de apresentação natalina. Conforme apurado no local, estava sendo realizada a distribuição de material (panfletos), cujo conteúdo afirmava, de forma nominal, que determinado grupo de pessoas “financia o racismo no sul do Brasil”. Uma das nominadas no panfleto, do grupo acusado, após identificar uma das pessoas responsáveis pela distribuição, sentindo-se caluniada, procurou uma Guarnição da PMSC para lavratura de Boletim de Ocorrência. A pessoa que fazia a distribuição do panfleto foi assim interpelada e reiterou publicamente a acusação, sem apresentar qualquer elemento objetivo que corroborasse tal imputação descrita no material, o que caracterizou, em tese, o crime de calúnia e denunciação caluniosa. Buscando a mediação e em razão da natureza dos fatos, da repercussão pública, da necessidade de esclarecimentos e apuração devida pela autoridade competente, todos os envolvidos foram encaminhados à Central de Plantão Policial da Capital para os procedimentos legais cabíveis, que agora seguem com a Polícia Civil. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/12/19/ato-fim-das-cotas-universidades-confusao-deputada-ativista.ghtml


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