Após condenação de 20 anos de prisão, MP quer aumento de pena para mulher que matou marido e escondeu corpo em freezer

  • 14/10/2025
(Foto: Reprodução)
Mulher é condenada a 20 anos de prisão por matar marido e esconder corpo em freezer em SC Após a condenação de 20 anos de prisão, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) quer aumento de pena para a mulher acusada de dopar, matar o companheiro e esconder o corpo dele no freezer dentro de casa em Lacerdópolis, no Oeste catarinense. O órgão considerou a pena baixa e entrou com recurso. A defesa de Cláudia Tavares Hoeckler disse em nota que soube do recurso do MPSC no desdobramento do processo e que "as contrarrazões já foram devidamente apresentadas, reafirmando o compromisso com a verdade processual e com a plena observância das garantias constitucionais da acusada" (veja nota na íntegra no final do texto). ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Cláudia foi condenada em júri popular em 29 de agosto. Ao todo, foram mais de 25 horas de júri. Ela foi condenada a 20 anos e 24 dias em regime inicial fechado, por homicídio duplamente qualificado (asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima), ocultação de cadáver e falsidade ideológica. De acordo com o Poder Judiciário, tanto a defesa quanto o Ministério Público recorreram da condenação e os autos aguardam o julgamento do recurso. Cláudia Tavares Hoeckler, acusada de matar o marido, Valdemir Hoeckler Reprodução/Redes Sociais/Arquivo/NSC TV Argumentação do MPSC Para o promotor de Justiça Rafael Baltazar Gomes dos Santos, que atuou no Tribunal do Júri, ficou comprovado que a mulher agiu de maneira premeditada. “Após ceifar a vida do próprio cônjuge, ela manteve o corpo oculto em um freezer por aproximadamente cinco dias, enquanto simulava preocupação e participava das buscas, mobilizando familiares, vizinhos, bombeiros e autoridades policiais. Tal comportamento, sem dúvida, revela uma personalidade manipuladora, e isso deveria ter sido considerado na construção da sentença”, declarou o promotor. Outro ponto questionado pelo promotor de Justiça é o fato de a pena ter sido atenuada por confissão espontânea. Ele argumentou que a mulher só admitiu que havia matado o marido depois que o corpo dele foi encontrado dentro do freezer. O objetivo do MPSC é que todos esses elementos sejam revisados pelo TJSC e que a pena aumente. O recurso foi feito em 18 de setembro e aguarda julgamento. Julgamento A sessão do júri aconteceu na Câmara de Vereadores de Capinzal, também no Oeste. Durante o júri, o freezer utilizado no crime para ocultar o cadáver foi usado para ilustrar o caso. A sessão começou às 9h de 28 de agosto e foi suspensa por volta das 22h30 após ela passar mal e ser atendida pelo Corpo de Bombeiros. Ela retornou ao plenário no dia seguinte. LEIA TAMBÉM: O QUE SE SABE: Homem encontrado morto dentro de freezer 'Possível luta corporal', diz polícia sobre lesões em suspeita de esconder corpo em freezer Relembre o caso Valdemir Hoeckler era motorista de caminhão, tinha 52 anos e foi achado na casa em que o casal vivia após cinco dias desaparecido. A denúncia descreve que Cláudia dopou o marido, amarrou os pés, pernas e braços dele e o asfixiou com uma sacola. Na época do crime, Cláudia registrou um boletim de desaparecimento e chegou a ir até a delegacia e prestou depoimento na condição de testemunha e não suspeita, mas os policiais perceberam ferimentos pelo corpo dela. A mulher era professora e tem uma filha com a vítima. Na delegacia, após ser detida, Cláudia chegou a contar que queria sair com as colegas de trabalho para a confraternização de fim de ano em uma pousada, mas foi proibida pelo marido. O que diz a defesa da acusada Confira abaixo a nota completa da defesa da acusada. Nota Oficial – Caso Cláudia Fernanda Tavares A defesa de Cláudia Fernanda Tavares informa que tomou ciência do recurso interposto pelo Ministério Público em face ao cálculo da pena estabelecido pelo Juízo da Comarca de Capinzal/SC, no desdobramento do processo que ganhou ampla atenção pública. Esclarece que as contrarrazões já foram devidamente apresentadas, reafirmando o compromisso com a verdade processual e com a plena observância das garantias constitucionais da acusada. A defesa mantém integral confiança na Justiça e acredita na possibilidade de que Cláudia venha a ser submetida a um novo julgamento, em que todos os elementos do caso sejam novamente analisados de forma justa, humana e à luz da realidade de violência doméstica amplamente demonstrada nos autos. Por fim, a defesa manifesta preocupação com a tendência ao excesso punitivo que, por vezes, orienta a atuação acusatória, revelando uma busca desmedida por recrudescimento de penas, ainda que em desconformidade com as peculiaridades do caso concreto. Em situações como esta, é essencial que o processo penal retome seu verdadeiro propósito: a realização da justiça sob a luz da proporcionalidade, da humanidade e da razão, e não a simples satisfação de um impulso de punir. MATHEUS MOLIN OAB/SC 66.140 VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/10/14/mp-quer-aumento-pena-mulher-corpo-freezer.ghtml


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